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Perde e ganha
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gustavotorres

Como uma daquelas cenas que se passam como um flash e se fixam na memória como um borrão, dois motoqueiros passaram na Av. Giovanni Gronchi; um seguia o outro e mandava-o parar a moto; tirava algo do bolso, algo que inspirava perigo, uma arma…

Os olhares dos que estavam no ponto de ônibus acompanharam as motos, que seguiram pela avenida em alta velocidade e desaparecerem de vista. Passaram-se 15 segundos. Ouviram-se dois tiros. Depois, só palpites, entreolhares, silêncio…. Por algum tempo, meu amigo e eu não soubemos direito o que dizer. Nossas conversas foram envolvidas por alguma retração que não consigo explicar.

Um borrão.

Esse foi mais um de uma série de incômodos que sinto nas últimas semanas. Todos parecem unir duas coisas: um vazio e uma falta de entendimento sobre o que pode preencher esse vazio. Nada de propriamente ruim aconteceu comigo, mas não me sinto satisfeito com o que tenho feito. Diante de uma realidade com tantos problemas, minha rotina parece não fazer sentido algum. A monotonia da escola, as provas, os livros, os cursos, as conversas, os esportes, as brincadeiras… apesar de tudo isso oferecer conhecimento, desafios e experiências enriquecedoras, na rua, motoqueiros continuam dando tiros, crianças com menos de 10 anos continuam usando crack do lado do cemitério São Luís…

Se estudar e fazer as coisas certas não são soluções, o que pode ser? Como preencher esses vazios?

Borrões. Eles têm me desorientado, me deixado em dúvida.  

Esse post terminaria por aqui, com um tom meio nebuloso, pela falta de solução para o problema. Mas não estou disposto a terminar um texto assim. Sou um otimista! Então…

Mesmo numa fase de conflitos internos, tenho consciência de que sempre teremos altos e baixos; em alguns momentos da vida, tudo faz sentido, tudo se encaixa; em outros, há muitas dúvidas. Mas, sobre isso, já dizia Marcelo D2:

“A vida é um eterno perde e ganha;

num dia a gente perde, no outro a gente apanha, apanha;

E nem por isso a gente vai fugir da luta”

Já que é assim, lutemos!


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