Blog do Gustavo

Arquivo : junho 2014

Diário de um desorganizado
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gustavotorres

Queria falar sobre algo em que sou muito ruim: organização.

Papéis, ideias, estudos, tarefas, datas, enfim, tudo se transforma em uma grande bagunça. Geralmente consigo me virar para cumprir as prioridades, mas isso está longe do ideal. Tenho deixado de fazer muita coisa que gosto, que importa, porque não sei me organizar. Entretanto, as coisas estão mudando… Aos poucos, devagarinho, mas estão… Queria compartilhar algumas coisas importantes.

Surgiu a necessidade de me organizar…

1. Ter um “livro dos compromissos com você mesmo“: dificilmente nos comprometemos a colocar nossas ideias em prática (por isso, “compromissos com você mesmo”). Anotar todas as suas vontades e objetivos ajuda muito! Definir “até quando” você pretende cumprir suas metas também pode ser útil. A partir daí, é só consultar sempre o livro; assim, os objetivos passam a tomar forma, você começa a mudar seu cotidiano para fazer o abstrato virar realidade. Desde que comecei a usar essa ferramenta, cumpri boa parte do que escrevi.

2. Fazer to-do lists: anotar tudo o que você pretende fazer também funciona. Quanto mais específico, melhor, como: fazer simulado do ITA; assistir a 2 filmes do Tarantino; pesquisar mais sobre bolsas em universidades estadunidenses. Recomendo fazer diariamente. Alguns preferem fazer de manhã, outros na noite anterior… Enfim, veja o que se mostra mais eficiente para você!

3. Aproveitar a tecnologia: o Google tem um calendário em que você pode colocar todos seus eventos, compartilhar atividades em grupo e ativar lembretes de todo tipo; o Windows 7 permite criar notas autoadesivas que você pode checar a todo momento na Área de Trabalho; para quem tem smartphones, não existem desculpas: são vários os aplicativos (Evernote, Tasks Free, Clear, iStudiez …) para acessar  tarefas e agendas de forma muito dinâmica. Enfim, não faltam ferramentas para mantermos foco e organização.

4. Perguntar para pessoas organizadas quais as estratégias que elas usam: as 3 recomendações acima vieram de pessoas com quem conversei. Falei da minha dificuldade de me organizar e elas deram umas dicas muito boas. Sempre tem gente com ideias legais para compartilhar!

Essa necessidade de me organizar surgiu depois de perceber que queria fazer muita coisa e que, para conseguir fazer tudo, precisava mudar minha atitude e superar esse taboo da falta de organização. Tem sido desafiador, mas bem gratificante.

Lembrei de Drummond. “Tenho apenas duas mãos e o sentimento do mundo”. Talvez duas mãos sejam suficientes… O que falta é uma agenda e um smartphone.

Até o próximo post!


18 jovens numa van, uma prova e muitos sonhos
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gustavotorres

No último post, falei um pouco sobre o SAT  – que fiz dia 7 de junho. Mas não falei do que foi mais marcante naquele final de semana: as pessoas que conheci. Vamos a elas!

Um dos programas que nos ajuda a estudar nos EUA é o Oportunidades Acadêmicas. Dedicado a jovens de baixa renda, ele garante orientação e ajuda de custos no processo de aplicação para as universidades dos EUA. Nesse ano, 18 alunos do programa estavam juntos nos dias 6,7 e 8 desse mês para fazer o SAT. O OA decidiu reunir todo mundo para nos conhecermos e realizarmos atividades em grupo. Posso dizer, sem dúvida alguma, que foi um dos finais de semana mais incríveis e inspiradores que já tive.

Rio Grande do Norte, Pernambuco, Maranhão, Bahia, Santa Catarina, Paraná, Rio de Janeiro, Espírito Santo,  São Paulo e Minas Gerais: eram vários os lugares de onde vinham os representantes do programa! Mesmo com jeitos e sotaques diferentes, todos guardam várias semelhanças. Todos sonham grande, acreditam que podem mudar suas realidades e seu país, e não têm medo de arriscar para realizarem seus objetivos. Estudam, criam empresas, cuidam de bibliotecas, desenvolvem projetos científicos e sociais, ganham olimpíadas, tocam em orquestras, contribuem com suas comunidades e fazem muitas outras coisas que não consegui descobrir apenas em um final de semana. Mesmo assim, todos mantêm a humildade; sabem que ainda estão longe de alcançar todas as possibilidades que o mundo apresenta; estão longe de serem tudo o que querem ser.

Tivemos dinâmicas de grupo em que cada um contribuiu com um ponto de vista único. Foram discussões enriquecedoras, intensas e produtivas, orientadas por coordenadoras também incríveis, de competência inquestionável, que sabiam motivar o time, levantar questões e manter um ar descontraído. Durante a semana seguinte, eu falava para os meus amigos da escola: “Coloque aquela galera junta para resolver problemas e você vai vê-la mudar o mundo”. Fiquei ainda mais otimista do que de costume depois de conhecer esse grupo.

“Coloque aquela galera junta para resolver problemas e você verá ela mudar o mundo”

Mas também somos todos jovens (e bobos como tais)! Na van, à noite, depois de um sábado intenso, muito barulho foi feito e muitas selfies foram tiradas; no shopping, tivemos risadas, lanches, conversas sem sentido e conjecturas sobre o futuro; no hotel, mais bagunça, jogos e selfies. No meio de tudo isso, surgiam conversas sobre sociedade, realidade, faculdades nos EUA, SAT, histórias inspiradoras… Existia ali um equilíbrio meio louco entre espírito jovem e vontade de mudar o mundo; a energia era contagiante, difícil de explicar, mas possível de sentir.

But first, let us take a selfie

Esse texto quer ser, em grande parte, uma homenagem às 23 pessoas incríveis, alunos, coordenadores e conselheiros, que conheci naquele final de semana. Mas também quer ser uma sugestão e um chamado.

1. A sugestão: aproveite sua vida para conhecer pessoas incríveis; elas te movem e te deixam feliz;

2. O chamado: que tal entrar para esse time de jovens que sonham em fazer coisas grandes mas não deixam de ser jovens? Da minha parte, posso dizer que o sono, o cansaço e o suor valem muito a pena. Os sorrisos e o prazer que vêm fazem tudo ter sentido no final.

Espero que o post também tenha feito sentido! São sentimentos difíceis de descrever…

Até o próximo \o


Enem dos Estados Unidos?
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gustavotorres

No último sábado (7/6), tive SAT.

Para começar a entender do que se trata essa prova, podemos dizer que é um tipo de “Enem dos Estados Unidos”. Entretanto, há muitas diferenças em relação ao exame brasileiro, dentre elas:

1. o SAT não vale só para algumas, mas para todas as universidades do país.;

2. ele não aborda conteúdos muito específicos, como química, história e geografia; a prova contém “apenas” 3 áreas, matemática, leitura e escrita;

3. ele não é determinante na aprovação ou não, já que as universidades dos EUA avaliam o perfil do aluno como um todo e de várias formas para decidir se ele terá um impacto positivo naquele ambiente.

Há ainda mais alguns detalhes, como a importância do controle do tempo (timing) nessa prova. São 200 testes e 1 redação em 3h45. Saber fazer a prova (saber como ela é, no que você tem mais facilidade e dificuldade, no que gasta mais tempo, …) é essencial!

Não é à toa que existem tantos livros para estudo do SAT; conhecer a prova é essencial.

Acho que são esses os aspectos principais(quem souber como funciona, por favor, deixe um comentário se achar que faltou alguma coisa!).

Então… além de falar um pouco da prova, queria compartilhar o que aprendi no processo de preparação para ela.

1. Eu devia ter feito mais simulados: eles são essenciais para pegar o jeito da prova. Acho que isso não é importante só para o SAT, mas para todos os vestibulares também.

2. Eu devia ter montado um plano de estudos que me permitisse corrigir todos os meus pontos fracos, como leitura rápida e vocabulário. Para o Brasil, vale o mesmo para cobrir matérias e assuntos mal compreendidos.

Distribuir as prioridades no tempo é difícil, mas realmente útil.

3. Há muitas ferramentas de estudos, como sites e aplicativos de celulares que tornam os estudos e a organização possíveis em qualquer lugar.  Utilizar essas ferramentas me ajudou muito e acredito que devemos nos aproveitar o quanto pudermos dessas tecnologias para nosso desenvolvimento.

A intenção aqui era explicar um pouco sobre o SAT e deixar umas impressões que tive sobre a prova e outros vestibulares. Experimente, escute, aprenda, corrija, enfim, trabalhe pesado para a realização de seus sonhos! Bons resultados virão! (pelo menos assim espero!)

Para quem quiser saber mais sobre os estudos nos EUA, é só dar uma olhada no Prep Course do Estudar Fora!

Até o próximo post!


Os racionais e os emocionais
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gustavotorres

Num dos acasos da vida, conheci Jamile Coelho, criadora do Espaço Educacional. Trata-se de uma organização que procura garantir o desenvolvimento acadêmico e pessoal de seus alunos (há uma série de projetos incríveis no Espaço, confira o site!)

A Jamile ofereceu para o João (meu amigo-sócio) e para mim uma avaliação da nossa forma de pensar, aprender e agir (o nosso perfil cognitivo). Uma das partes da avaliação envolvia descobrir se o lado do nosso cérebro mais forte era o direito ou o esquerdo.

Lado esquerdo: é o lado da razão e tem como atributos: 1. a lógica, que permite analisar situações e problemas para a elaborar estratégias; e 2. a organização, essencial para distribuir tarefas, prazos e compromisso ao longo do tempo.

Lado direito: tem a emoção mais forte, e seus atributos são: 1. a habilidade, característica dos que improvisam e conseguem lidar com situações que saem do controle; e 2. a interatividade, que favorece a comunicação e a conexão com outras pessoas.

Ter um dos lados mais fortes, não significa não ter nenhuma habilidade do outro. Mas o potencial se destaca mais em um desses lados.

O João tem o lado esquerdo bem mais forte que o direito. E eu, o contrário. Daí, a gente acaba completando as deficiências um do outro. A gente já vinha percebendo essas diferenças e complementaridades fazia um tempo, mas a conversa com a Jamile deixou tudo mais claro. Saímos do Espaço Educacional conversando sobre como as nossas experiências como o DSJ (nosso projeto social) tinham tudo a ver com a análise feita. O João sempre foi o cuidadoso, que planejava, que estruturava. Eu, o que improvisava, que dava ideias. A falta de qualquer um dos lados faria o projeto ser bem mais lento. Por isso, é muito importante formar equipes com pessoas que pensem de um jeito diferente de você, para tomar decisões bem pensadas.

É confortante saber que temos um sócio que completa nossos pontos fracos. Entretanto, não podemos deixar isso ser confortante. Devemos saber quais nossos pontos fortes para potencializá-los e sempre nos aproveitarmos deles para bons resultados. Entretanto, também temos de dar atenção aos nossos pontos fracos, para nos forçarmos a corrigi-los. Preciso aprender a me organizar com minha papelada, com minhas tarefas, com meu tempo… Sei que perco muito enquanto não faço isso. Daí a necessidade de ter que me corrigir.

Minha intenção nesse post era atentar para a necessidade de nos conhecermos, para aproveitar nossos potenciais e não sermos prejudicados pelas nossas deficiências.

Conseguir o equilíbrio, tanto em você mesmo quanto na sua equipe, é essencial

Para terminar, deixo a pergunta: você é mais esquerdo ou mais direito?

Até o próximo \o


Sobre chatos e start-ups
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gustavotorres

Mandar e-mails, mensagens no facebook, ligar, mandar mais mensagens no facebook… tenho feito isso frequentemente para marcar conversas e reuniões nos últimos meses. As agendas das pessoas com quem quero conversar costumam estar sempre lotadas, greves acontecem e tudo tem de ser remarcado, enfim, uma infinidade de situações complicam os encontros. Aprendi a ser insistente o suficiente para passar meses tentando agendar uma conversa com alguém.

Insistente… essa é uma forma de enxergar, mas as pessoas que recebem os tais e-mails, mensagens, ligações e propostas de datas devem me ver mais como “chato”. Acho que faz parte.

Foi após algumas semanas sendo “insistentes” que João (meu amigo-sócio) e eu conseguimos conversar com Gustavo Fuga. Ele criou a 4you2, uma escola de ensino de idiomas única, que oferece cursos a preços baixíssimos e traz professores de vários países. Queríamos saber um pouco da história dele com a 4you2, como a ideia começou, como foram os primeiros passos, como cresceu… Pensamos que esse seria um ótimo aprendizado para aplicar no nosso projeto social, o DSJ (Descobrindo o Sonho Jovem).  A conversa valeu muito a insistência. Fuga falou durante mais de uma hora, mas não vi passarem nem 10 min. Foi incrível!Queria compartilhar algumas coisas que gostei muito de ouvir. Aí vão elas…

1. Apaixone-se por uma ideia depois de ver que ela tem potencial. 

Faça vários testes (pilotos) com seu projeto, sem se apegar tanto a detalhes. Elabore planejamentos básicos que permitam que a ideia seja aplicada, aplique-a, consiga os clientes, ouça a todas as críticas. Refaça o planejamento levando em conta as críticas feitas, aplique de novo, mais clientes, mais críticas e repita esse ciclo algumas vezes. Depois de fazer esses pilotos, você deve responder a pergunta: seu negócio tem potencial para dar certo? Se a resposta for não, deixe-o de lado (por isso você não pode apegar-se logo no começo). Se a resposta for sim, siga em frente, mergulhe no projeto, agora você pode se apaixonar por ele. A partir desse momento, os detalhes se tornam mais relevantes, procurar apoio ganha importância… É a fase de acelerar o projeto. (Fuga recomendou o livro The Lean Startup, que traz esse novo modelo de negócios, que se opõe àquele em que primeiro você consegue vultosos investimentos, apoiadores e clientes para depois saber se a ideia é viável).

2. Quase ninguém mais liga para idade.

João e eu temos 16 anos. É comum termos receio de adultos não levarem nossas ideias e potencial a sério. Fuga deixou claro que isso não é verdade. Podemos contar com o apoio das pessoas de mais idade em nossos projetos, porque elas estão cada vez mais otimistas com jovens que procuram fazer as coisas acontecerem. Em geral, elas se encontram dispostas a compartilharem suas experiências para ajudar aqueles que dispõe da energia para aproveitá-las no desenvolvimento de novas ideias.

Devemos aproveitar a troca de experiências

3. O projeto deve ser a causa maior.

Sua ideia não deve ser um objetivo individual. Para que o projeto seja sustentável e deixe um legado para as próximas gerações, ele deve ser uma causa maior. Você torna-se mais uma ferramenta dessa causa. Isso é o que faz ela deixar resultados a longo prazo.

Entender a causa maior é necessário para deixar um legado

4. Siga sua intuição.

Escute pessoas com experiência, leve todos os conselhos em conta, mas, quando achar necessário, faça tudo diferente. Confie no que você acha certo para poder dizer que os resultados (bons ou ruins) vieram de escolhas conscientes (não apenas como repetição do que foi escutado).

Seguir a intuição pode ser essencial

O que escrevi foi apenas uma tentativa de compartilhar o que aprendemos com o Fuga. Me arrependi de não ter usado meu bloco de notas durante a conversa; poderia consultá-lo para rever tudo o que ouvimos. Enfim, espero 3 coisas: 1) que esses conselhos não tenham passado uma ideia errada do Gustavo; nenhum deles foi compartilhado com arrogância de quem sabe tudo; o tempo todo, Fuga reforçava que não queria tentar parecer algum tipo de professor e que devíamos fazer tudo ao contrário do que ele aconselhava caso achássemos necessário;  com seus 21 anos e muitas conquistas, ele mantém a humildade sempre; 2) João e eu saímos de lá realmente admirados com o que ouvimos e otimistas para seguir em frente com nosso projeto; espero que o post possa te incentivar de alguma forma com suas ideias também; 3) ser um insistente-chato pode ser valer a pena no final.

Até o próximo post!


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