Blog do Gustavo

Arquivo : julho 2014

Design Thinking: uma nova forma de criar
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gustavotorres

Passei por um período de improdutividade nas últimas semanas, uma situação que me angustiou bastante. Simplesmente não saía nada, as coisas não aconteciam, não conseguia me concentrar, não conseguia imaginar… Em bons termos de quem é do Capão, “‘tava osso”. Enfim, acabei conhecendo algo que me deixou bem inspirado e me expôs a uma nova forma de criar: o Design Thinking. Apesar de o nome ser recente, é algo que muitas empresas inovadoras, como Google e Apple, já aplicam há muito tempo.

Tinha escutado o termo várias vezes, mas não sabia bem do que se tratava. Na verdade, muitos discutem se há uma definição para Design Thinking e se há a necessidade de existir uma. É um processo que se entende mais na prática e tive essa oportunidade no último final de semana, durante o Design Thinking Weekend, o quarto módulo da Jornada da Inovação. Vamos à história!

Sábado: Nos dividimos em grupos, cada um com um tema de interesse. Mobilidade urbana, fome, idosos, … Eu estava no grupo, claro, da educação e tínhamos a pergunta “Como repensar o papel do professor na escola pública?”.

          1) Desentendimento: pegamos um monte de post-it’s e começamos a escrever neles tudo que vinha à mente com relação à nossa pergunta. A intenção ainda não era respondê-la, mas pensar no que estava relacionado a ela. O objetivo era conseguir centenas e centenas de perspectivas sobre o assunto. Por causa dessa diversidade de olhares, a fase tem o nome de desentendimento. No processo, a gente discute, ideias de um fazem surgir novas para o outro e assim seguimos. Depois, tínhamos que olhar para o que escrevemos e tentar encontrar semelhanças e diferenças entre os post-it’s para agrupá-los (processo de clusterização).

DESIGN 1

          2) Pesquisa: saída ao campo! Depois de pensarmos entre nosso grupo, fomos às ruas para “entrevistar” as pessoas sobre o tema. A intenção era fazer bate-papos, em que o “entrevistado” se sentisse confortável para dizer tudo o que pensava sobre escolas e professores. Conversamos com pai e filhos na lanchonete, com idosos, com professores-estudantes na biblioteca, com jovens em escolas de arte… Mesmo que tivéssemos pouco tempo, foi uma etapa bem enriquecedora.

          3) Ponto de vista: feitas as entrevistas, precisávamos comparar os pensamentos que levantamos durante o desentendimento e os que vimos durante a pesquisa. Levantando tudo em conta, nosso objetivo era chegar a uma segunda pergunta, um segundo problema. Esse segundo problema chama-se ponto de vista porque é a ótica pela qual vamos analisar o problema inicial. Depois de perceber que a sociedade era uma fonte de conhecimento muito rica para os alunos, passamos a questionar porque o acesso a esse conhecimento é tão mal aproveitado. Ligando isso ao papel do professor, nosso ponto de vista foi “Como ensinar a aprender?”

DESIGN 2

Domingo: continuação do processo.

          1) Busca da solução: agora, sim, tentamos responder a pergunta. De novo, com muitos post-it’s, escrevemos todas nossas ideias e proposta de solução, com muita discussão e pensamentos loucos. Em nosso caso, a ideia que mais chamou a atenção era uma escola onde os alunos montassem grupos de interesse, como tecnologia, arte e esporte, e pudesse adquirir novos conhecimentos aliando-os ao que gostasse.

          2) Prototipagem: após identificar uma ideia que mais chamasse nossa atenção, devíamos criar um protótipo dela, algo palpável que simulasse nosso produto. Podíamos utilizar sucata, cartolina, canetinhas, recortes e tudo mais que quiséssemos e tivéssemos. A intenção aqui era desenvolver mais a ideia, visualizá-la, identificar seus problemas e corrigi-los. Em nosso caso, montamos, com peças de Lego, uma escola tradicional com paredes que limitavam o aprendizado do aluno; essas paredes eram derrubadas pela chegada da nossa proposta, que promovia o aprendizado pelo interesse dos alunos.

          3) Iteração: ocorrendo em paralelo com a prototipagem, é uma fase durante a qual apresentamos nosso produto para colegas, saímos às ruas, ligamos para amigos, enfim, procuramos feedback para analisar a viabilidade e encontrar problemas e buracos em nossa ideia. Levamos em conta o posicionamento do sobrinho de um dos membros; o garoto, de 10 anos, odiava escola e tentamos pensar como ele responderia à nossa proposta.

          4) Apresentação: com as ideias estruturadas, apresentamo-las e recebemos feedback.

 

É difícil expressar o quão enriquecedor foi esse processo. Em um final de semana, conseguimos soluções inovadoras para resolver grandes problemas do nosso dia a dia. Tudo bem que descobrimos que já existem ideias muito parecidas com a nosso sobre educação, mas está valendo, a gente conseguiu! A proposta é que apliquemos essa nova forma de pensar mais vezes, com mais tempo, para criar mais coisas e criar de forma mais inovadora, em grupo e com propostas inéditas. Sinceramente, foi um final de semana inspirador, a criatividade voltou! Agora, o plano é entender melhor o que é Design Thinking!

Hoje (terça, 23 de julho), teremos o último módulo da Jornada, sobre Economia do Compartilhamento! É um conceito novo, que também rompe com muitos padrões! Novamente, inscrições aqui e acordos e conversas com Gabriel Coelho (gabriel@empoderese.com).

Espero que também mergulhem na inovação que traz o Design Thinking!


3 ferramentas que podem mudar o modo como você trabalha
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gustavotorres

O tema do 2º módulo da Jornada da  Inovação foi “Ferramentas colaborativas”.

O objetivo era apresentar sites e aplicativos muito úteis na criação e organização de conteúdos individuais e coletivos. As ferramentas foram as seguintes:

1. Lino: como se fosse um mural gigante, ele te permite anexar post-it’s, fotos, vídeos e arquivos. Essa ferramenta é especialmente útil para momentos em que se pretende levantar uma série de ideias e/ou desafios relacionados a um tema,  processo chamado brainstorming (“tempestade de cérebro”, em tradução literal). Antes, essa prática se limitava a ambientes físicos, em que todas as pessoas deviam estar presentes no mesmo lugar ao mesmo tempo. Agora, é possível fazer isso com pessoas que estão distantes e em diferentes momentos.

2. Mindmup: ferramenta para fazer “mapas mentais”, ela permite que você comece a trabalhar sobre aquela ideia que está martelando na sua cabeça e a desenvolva esboçando mais pensamentos relacionadas a ela. Essa ferramenta também costuma ser usada na fase de brainstorming.

(Dica: conhece o Google Drive? Ele poderia entrar como uma quarta ferramenta da lista, mas, como não falamos dele na Jornada, não listei. Trata-se de mais uma das geniais criações do Google e funciona como um HD infinito, em que você pode armazenar, baixar, compartilhar e editar arquivos de qualquer lugar, contanto que tenha internet. Você pode conectá-lo ao Mindmup! Basta ir em “Criar”, “Conectar mais aplicativos” e selecionar o Mindmup, o que o permitirá armazenar seus mapas mentais no Drive.)

3. Trello: depois de fazer aquele brainstorming inicial, você geralmente se vê diante de um monte de ideias completamente bagunçadas. Daí, é necessário organizar essas ideias de modo que elas se transformem em algo aproveitável (um plano de ação, um plano de negócios, uma estratégia de grupo de estudos e tantas outras coisas quanto puder criar). Aqui entra o Trello, uma espécie de lousa em que é possível agrupar e organizar ideias com outras pessoas.

Fizemos vários testes e aprendemos a utilizar pelo menos o básico dessas ferramentas. Elas se mostram muito úteis! Hoje de manhã mesmo já usei o Mindmup para refletir sobre o que queria fazer nessa semana, defini prioridades e está dando certo! Acho que vale muito a pena dedicar um tempinho para experimentar esses sites e aplicativos!

O 3º módulo da Jornada acontecerá amanhã (15/07)! O tema será “Meditação para pessoas que não têm tempo”. Eis aí algo que pouco temos feito na correria cotidiana; acho que vai ser bem interessante. Novamente, é o mesmo mecanismo: inscrições neste link e acordos e conversas com Gabriel Coelho (gabriel@empoderese.com).

Aproveitem!


Em busca da criatividade perdida
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gustavotorres

Lembra da Jornada da Inovação?

Participei do primeiro módulo na última segunda (7)! Com o tema “Em busca da criatividade perdida”, fizemos uma série de dinâmicas meio loucas, mas que foram bem úteis justamente por isso.

jornadaEm nosso dia a dia, procuramos parecer pessoas cada vez mais sérias; o medo de falar e fazer besteiras nos persegue; por isso, muitas vezes deixamos de perguntar e de dar ideias que podem nos fazer parecer bobos.

Imagine isso num ambiente que reúne de pessoas de 14 a 65 anos. Esse era o nosso caso. De um lado, os mais jovens podem sentir-se inseguros por estar perto de pessoas com muito mais experiência e, por isso, se retraem e deixam de dar suas opiniões “infantis”. Do outro lado, a “voz da experiência” pode sentir-se numa posição superior e evita verbalizar certos pensamentos que não façam justiça a essa posição.

Como resolvemos isso? Brincando de pega-pega, por exemplo! Ou fazendo muitas outras dinâmicas de expressão corporal e verbal até chegarmos a um momento de apresentações que foi muito além de “nome, idade e profissão”, mas que abordou nossos interesses e sonhos. Foram atividades que nos libertaram das algemas do que “os outros vão dizer” e que criaram uma confiança no grupo.

Uma vez libertos, quando começamos a pensar em “quais são as dificuldades que o mundo enfrenta”, não nos sentimos retraídos pela possibilidade de julgamento externo; fizemos perguntas e demos ideias inusitadas. É desse ambiente que surgem as maiores ideias; e é assim que se encontra a “criatividade perdida”.

Esse foi só o 1º módulo! Gostaria que muitas outras pessoas participassem e, por isso, estou divulgando a Jornada aqui!

Ainda dá para se inscrever nos próximos módulos! Hoje acontece o segundo! Sei que está meio em cima da hora, mas vale muito a pena! Se não der para comparecer a esse, não deixe de ir aos próximos! É uma experiência renovadora e que traz muitos insights, além de nos colocar em contato com pessoas muito interessantes!

empoderesse

Sente o clima… Parecemos bobos, mas somos só criativos (:

Apesar de ser paga, a Jornada quer ser acessível a todos! Por isso, caso suas condições financeiras não permitam que você pague o valor proposto, fale com o organizador Gabriel Coelho (gabriel@empoderese.com); pode ser que você contribua com a Jornada de uma forma única e isso te coloque na equipe!

Espero que aproveitem!


Quadrilha do “jeitinho”
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gustavotorres

“Cabral amava Isabel que tinha dinheiro

que tinha um caso com “cafés-com-leite” que odiavam Getúlio que amava o Brasil

que elegeu Juscelino

Cabral não encontrou as Índias, não se sabe de Isabel,

O dinheiro foi para os bancos, os “café-com-leite” brigaram,

Getúlio suicidou-se e o Brasil perdeu de 7 X 1 para Alemanha

que não tinha entrado na história”

Nunca fui bom com poemas, mas achei que os trocadilhos podiam servir como bons símbolos. Cada um dos personagens dessa quadrilha representa um aspecto da nossa nação.

Pedro Álvares Cabral, o espírito aventureiro;

Isabel era de uma família portuguesa rica e influente, responsável por financiar boa parte das campanhas de novas rotas para as Índias; por isso, exigiu que seu marido, Pedro, fosse colocado como comandante da jornada que o consagraria como descobridor do Brasil. Essa relação aponta para os privilégios e favorecimentos que se estendem até hoje.

As oligarquias do café e do leite representam elites que detêm um poder que, de tempos em tempos, passa para mãos de pessoas diferentes.

Getúlio Vargas representa uma paixão tamanha pelo país que pode levar a atos mal pensados às vezes.

E o Juscelino Kubitschek, que ficou sem fim na história? Bem… esse se esqueceu de levar os filhos para a escola e preferiu brincar de carrinho; enfim, se planejou mal. Tipo o Felipão…

Brincadeiras à parte, sabemos que Juscelino tinha belas intenções, assim como Felipão; sabemos que não são os únicos culpados pelos resultados que a atuação de suas equipes tiveram. Mas eles representam um problema crônico do Brasil, que é a falta de planejamento.

Na seleção, a comissão técnica, a formação tática, o trabalho de amadurecimento sobre o time, enfim, aspectos essenciais de planejamento deixaram a desejar. O pensamento de que a sorte, a habilidade e o famoso “jeitinho” que já estão no sangue vão trazer a taça para o país se mostrou equivocado. Enfim, não pretendemos cair aqui num discurso que já entra em senso comum. Mas queremos aprender com um acontecimento importante. Precisamos criar uma cultura de análise, de estudo e de pensamento a longo prazo. Caso contrário, as goleadas continuarão nos vários outros setores de nossa sociedade, como na distribuição de renda e na educação.

Vou admitir que estava bem empolgado com a Copa e que por algumas semanas esqueci dos problemas sociais que vejo em meu cotidiano; em pensamento, me mantinha contra a Copa ser no Brasil, mas, já que estava acontecendo, entrei na vibe. No último jogo da seleção, quando o placar marcava 3 a 0, o orgulho de ser “brasileiro com muito amor” se apagou melancolicamente; aos 4 a 0, meu amigo me ligou rindo, comecei a rir também. Lembrei que, apesar de tudo, trata-se apenas de um jogo. Mas esse jogo me despertou para a realidade e espero que tenha despertado muitos outros também. O Brasil perdeu, os problemas são escancarados… Abre-se a oportunidade para resolvê-los.

Eu estou aqui, me matando para planejar minhas férias e descobrir o que quero da vida. É difícil… será que essa dificuldade de planejamento é hereditária? Espero que não. Agora é a hora de planejar, Brasil!


Jornada da Inovação
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gustavotorres

Post rápido, uma recomendação!

Gabriel Coelho e Jade Ciribelli criaram a Jornada da Inovação, curso cujo objetivo principal é “conectar teoria e prática em um curto espaço de tempo a fim de inserir um processo de inovação e criatividade na vida (profissional e pessoal) de cada participante.” O curso é pago, sim, mas, no momento da inscrição, há a possibilidade de sugerir uma outra forma de troca ou de contar sua história para explicar qual seria sua contribuição para o evento; dessa forma, os que não possuem recursos financeiros, têm chances de conseguir uma oportunidade se mostrarem sua criatividade e vontade de participar.

Capturar

Curti muito, fiquei curioso, me inscrevi! Nesse tipo de oportunidade, conhecemos muita gente interessante e aprendemos coisas incríveis! Achei que devia compartilhar!

Essa Jornada é um dos cursos do Empodere-se, que oferece outras oportunidades igualmente fascinantes e que permite a qualquer um criar novos cursos!

Espero que aproveitem a dica!


Vida: balança de 7 pratos
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gustavotorres

“No final da vida, o que você quer ver ao olhar para trás?” Talvez você já tenha escutado essa pergunta e tenha sentido um incômodo. Esse incômodo vem por duas razões: primeiro, porque essa pergunta toca no tema da morte; segundo, ela questiona o jeito que a gente leva a vida, por inércia, sem pensar no que realmente faz sentido. Há alguns meses, comecei a pensar no que eu acreditava ser uma “vida ideal” para definir o que fazia sentido, e me trazia satisfação e felicidade. Cheguei à conclusão de que uma das coisas essenciais é equilíbrio para balancear todos os aspectos da vida.

Queria falar das “7 células da vida” que conheço, que englobam todos os aspectos de uma vida completa.

7 celulas

1. Trabalho e Estudos: é a parcela para a qual geralmente ouvimos que temos que dedicar mais tempo. Ela tem importância, claro, mas não pode ser a única!

2. Cultura e Arte: é importante para entender os povos, as formas de expressão, a relatividade de belo e feio; para se emocionar, para rir, para ser incomodado, para ter assunto, para fazer arte… E também é importante para desfrutar daquela sensação prazerosa de adquirir cultura ao assistir a um filme, conhecer músicas diferentes e visitar museus, por exemplo. Várias as razões para “investir” nessa área!

3. Saúde: não faltam provas de que funcionamos melhor quando fazemos atividades físicas, dormimos bem e temos uma alimentação adequada. A devida dedicação à saúde faz o sangue fluir melhor, o corpo ficar relaxado e o cérebro oxigenar mais, por exemplo.

4. Amigos e Lazer: célula essencial para rir, desestressar, relaxar, enfim, recarregar as energias para ter maior eficiência em atividades e desafios.

5. Espiritualidade: não necessariamente associado a religião, essa área envolve o quanto procuramos estar conscientes sobre nossa missão, o mundo e a relação entre os dois. Isto é, espiritualidade relaciona-se a quanto encontramos nosso lugar no mundo.

6. Família: nossas origens são únicas e dedicar tempo para manter as raízes fortes é importante para qualquer um ter uma vida completa.

7. Vida afetiva: a tentativa de encontrar um(a) parceiro(a) também tem peso na sensação de satisfação das pessoas; para algumas pessoas, essa necessidade é maior, para outras, menor; de qualquer forma, ela sempre costuma existir!

Parece complicado equilibrar todas essas células; e realmente é! Os diferentes períodos da vida permitem diferentes níveis de dedicação a cada uma delas. Um jovem de 23 anos, por exemplo, pode identificar uma grande necessidade de investir em Trabalho e Estudos, e Amigos e Lazer, mas nem tanto em Espiritualidade e Família; entretanto, dali alguns anos, a situação pode se inverter. O ponto a que queria chegar era a importância de dedicar pelo menos um pouco de tempo para cada uma dessas 7 células, pois todas são indispensáveis para uma vida completa. É uma balança de 7 pratos, todos com pesos que mudam ao longo do tempo. Ainda estou longe de alcançar o equilíbrio ideal, mas, a cada dia, melhoramos um pouco.

Pensar em quais são os pratos da balança é o primeiro passo para alcançar o equilíbrio da vida

E aí, quão equilibrada está sua vida?


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