Blog do Gustavo

Diário de um desorganizado
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gustavotorres

Queria falar sobre algo em que sou muito ruim: organização.

Papéis, ideias, estudos, tarefas, datas, enfim, tudo se transforma em uma grande bagunça. Geralmente consigo me virar para cumprir as prioridades, mas isso está longe do ideal. Tenho deixado de fazer muita coisa que gosto, que importa, porque não sei me organizar. Entretanto, as coisas estão mudando… Aos poucos, devagarinho, mas estão… Queria compartilhar algumas coisas importantes.

Surgiu a necessidade de me organizar…

1. Ter um ''livro dos compromissos com você mesmo'': dificilmente nos comprometemos a colocar nossas ideias em prática (por isso, ''compromissos com você mesmo''). Anotar todas as suas vontades e objetivos ajuda muito! Definir ''até quando'' você pretende cumprir suas metas também pode ser útil. A partir daí, é só consultar sempre o livro; assim, os objetivos passam a tomar forma, você começa a mudar seu cotidiano para fazer o abstrato virar realidade. Desde que comecei a usar essa ferramenta, cumpri boa parte do que escrevi.

2. Fazer to-do lists: anotar tudo o que você pretende fazer também funciona. Quanto mais específico, melhor, como: fazer simulado do ITA; assistir a 2 filmes do Tarantino; pesquisar mais sobre bolsas em universidades estadunidenses. Recomendo fazer diariamente. Alguns preferem fazer de manhã, outros na noite anterior… Enfim, veja o que se mostra mais eficiente para você!

3. Aproveitar a tecnologia: o Google tem um calendário em que você pode colocar todos seus eventos, compartilhar atividades em grupo e ativar lembretes de todo tipo; o Windows 7 permite criar notas autoadesivas que você pode checar a todo momento na Área de Trabalho; para quem tem smartphones, não existem desculpas: são vários os aplicativos (Evernote, Tasks Free, Clear, iStudiez …) para acessar  tarefas e agendas de forma muito dinâmica. Enfim, não faltam ferramentas para mantermos foco e organização.

4. Perguntar para pessoas organizadas quais as estratégias que elas usam: as 3 recomendações acima vieram de pessoas com quem conversei. Falei da minha dificuldade de me organizar e elas deram umas dicas muito boas. Sempre tem gente com ideias legais para compartilhar!

Essa necessidade de me organizar surgiu depois de perceber que queria fazer muita coisa e que, para conseguir fazer tudo, precisava mudar minha atitude e superar esse taboo da falta de organização. Tem sido desafiador, mas bem gratificante.

Lembrei de Drummond. ''Tenho apenas duas mãos e o sentimento do mundo''. Talvez duas mãos sejam suficientes… O que falta é uma agenda e um smartphone.

Até o próximo post!


18 jovens numa van, uma prova e muitos sonhos
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gustavotorres

No último post, falei um pouco sobre o SAT  – que fiz dia 7 de junho. Mas não falei do que foi mais marcante naquele final de semana: as pessoas que conheci. Vamos a elas!

Um dos programas que nos ajuda a estudar nos EUA é o Oportunidades Acadêmicas. Dedicado a jovens de baixa renda, ele garante orientação e ajuda de custos no processo de aplicação para as universidades dos EUA. Nesse ano, 18 alunos do programa estavam juntos nos dias 6,7 e 8 desse mês para fazer o SAT. O OA decidiu reunir todo mundo para nos conhecermos e realizarmos atividades em grupo. Posso dizer, sem dúvida alguma, que foi um dos finais de semana mais incríveis e inspiradores que já tive.

Rio Grande do Norte, Pernambuco, Maranhão, Bahia, Santa Catarina, Paraná, Rio de Janeiro, Espírito Santo,  São Paulo e Minas Gerais: eram vários os lugares de onde vinham os representantes do programa! Mesmo com jeitos e sotaques diferentes, todos guardam várias semelhanças. Todos sonham grande, acreditam que podem mudar suas realidades e seu país, e não têm medo de arriscar para realizarem seus objetivos. Estudam, criam empresas, cuidam de bibliotecas, desenvolvem projetos científicos e sociais, ganham olimpíadas, tocam em orquestras, contribuem com suas comunidades e fazem muitas outras coisas que não consegui descobrir apenas em um final de semana. Mesmo assim, todos mantêm a humildade; sabem que ainda estão longe de alcançar todas as possibilidades que o mundo apresenta; estão longe de serem tudo o que querem ser.

Tivemos dinâmicas de grupo em que cada um contribuiu com um ponto de vista único. Foram discussões enriquecedoras, intensas e produtivas, orientadas por coordenadoras também incríveis, de competência inquestionável, que sabiam motivar o time, levantar questões e manter um ar descontraído. Durante a semana seguinte, eu falava para os meus amigos da escola: ''Coloque aquela galera junta para resolver problemas e você vai vê-la mudar o mundo''. Fiquei ainda mais otimista do que de costume depois de conhecer esse grupo.

''Coloque aquela galera junta para resolver problemas e você verá ela mudar o mundo''

Mas também somos todos jovens (e bobos como tais)! Na van, à noite, depois de um sábado intenso, muito barulho foi feito e muitas selfies foram tiradas; no shopping, tivemos risadas, lanches, conversas sem sentido e conjecturas sobre o futuro; no hotel, mais bagunça, jogos e selfies. No meio de tudo isso, surgiam conversas sobre sociedade, realidade, faculdades nos EUA, SAT, histórias inspiradoras… Existia ali um equilíbrio meio louco entre espírito jovem e vontade de mudar o mundo; a energia era contagiante, difícil de explicar, mas possível de sentir.

But first, let us take a selfie

Esse texto quer ser, em grande parte, uma homenagem às 23 pessoas incríveis, alunos, coordenadores e conselheiros, que conheci naquele final de semana. Mas também quer ser uma sugestão e um chamado.

1. A sugestão: aproveite sua vida para conhecer pessoas incríveis; elas te movem e te deixam feliz;

2. O chamado: que tal entrar para esse time de jovens que sonham em fazer coisas grandes mas não deixam de ser jovens? Da minha parte, posso dizer que o sono, o cansaço e o suor valem muito a pena. Os sorrisos e o prazer que vêm fazem tudo ter sentido no final.

Espero que o post também tenha feito sentido! São sentimentos difíceis de descrever…

Até o próximo \o


Enem dos Estados Unidos?
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gustavotorres

No último sábado (7/6), tive SAT.

Para começar a entender do que se trata essa prova, podemos dizer que é um tipo de ''Enem dos Estados Unidos''. Entretanto, há muitas diferenças em relação ao exame brasileiro, dentre elas:

1. o SAT não vale só para algumas, mas para todas as universidades do país.;

2. ele não aborda conteúdos muito específicos, como química, história e geografia; a prova contém ''apenas'' 3 áreas, matemática, leitura e escrita;

3. ele não é determinante na aprovação ou não, já que as universidades dos EUA avaliam o perfil do aluno como um todo e de várias formas para decidir se ele terá um impacto positivo naquele ambiente.

Há ainda mais alguns detalhes, como a importância do controle do tempo (timing) nessa prova. São 200 testes e 1 redação em 3h45. Saber fazer a prova (saber como ela é, no que você tem mais facilidade e dificuldade, no que gasta mais tempo, …) é essencial!

Não é à toa que existem tantos livros para estudo do SAT; conhecer a prova é essencial.

Acho que são esses os aspectos principais(quem souber como funciona, por favor, deixe um comentário se achar que faltou alguma coisa!).

Então… além de falar um pouco da prova, queria compartilhar o que aprendi no processo de preparação para ela.

1. Eu devia ter feito mais simulados: eles são essenciais para pegar o jeito da prova. Acho que isso não é importante só para o SAT, mas para todos os vestibulares também.

2. Eu devia ter montado um plano de estudos que me permitisse corrigir todos os meus pontos fracos, como leitura rápida e vocabulário. Para o Brasil, vale o mesmo para cobrir matérias e assuntos mal compreendidos.

Distribuir as prioridades no tempo é difícil, mas realmente útil.

3. Há muitas ferramentas de estudos, como sites e aplicativos de celulares que tornam os estudos e a organização possíveis em qualquer lugar.  Utilizar essas ferramentas me ajudou muito e acredito que devemos nos aproveitar o quanto pudermos dessas tecnologias para nosso desenvolvimento.

A intenção aqui era explicar um pouco sobre o SAT e deixar umas impressões que tive sobre a prova e outros vestibulares. Experimente, escute, aprenda, corrija, enfim, trabalhe pesado para a realização de seus sonhos! Bons resultados virão! (pelo menos assim espero!)

Para quem quiser saber mais sobre os estudos nos EUA, é só dar uma olhada no Prep Course do Estudar Fora!

Até o próximo post!


Os racionais e os emocionais
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Num dos acasos da vida, conheci Jamile Coelho, criadora do Espaço Educacional. Trata-se de uma organização que procura garantir o desenvolvimento acadêmico e pessoal de seus alunos (há uma série de projetos incríveis no Espaço, confira o site!)

A Jamile ofereceu para o João (meu amigo-sócio) e para mim uma avaliação da nossa forma de pensar, aprender e agir (o nosso perfil cognitivo). Uma das partes da avaliação envolvia descobrir se o lado do nosso cérebro mais forte era o direito ou o esquerdo.

Lado esquerdo: é o lado da razão e tem como atributos: 1. a lógica, que permite analisar situações e problemas para a elaborar estratégias; e 2. a organização, essencial para distribuir tarefas, prazos e compromisso ao longo do tempo.

Lado direito: tem a emoção mais forte, e seus atributos são: 1. a habilidade, característica dos que improvisam e conseguem lidar com situações que saem do controle; e 2. a interatividade, que favorece a comunicação e a conexão com outras pessoas.

Ter um dos lados mais fortes, não significa não ter nenhuma habilidade do outro. Mas o potencial se destaca mais em um desses lados.

O João tem o lado esquerdo bem mais forte que o direito. E eu, o contrário. Daí, a gente acaba completando as deficiências um do outro. A gente já vinha percebendo essas diferenças e complementaridades fazia um tempo, mas a conversa com a Jamile deixou tudo mais claro. Saímos do Espaço Educacional conversando sobre como as nossas experiências como o DSJ (nosso projeto social) tinham tudo a ver com a análise feita. O João sempre foi o cuidadoso, que planejava, que estruturava. Eu, o que improvisava, que dava ideias. A falta de qualquer um dos lados faria o projeto ser bem mais lento. Por isso, é muito importante formar equipes com pessoas que pensem de um jeito diferente de você, para tomar decisões bem pensadas.

É confortante saber que temos um sócio que completa nossos pontos fracos. Entretanto, não podemos deixar isso ser confortante. Devemos saber quais nossos pontos fortes para potencializá-los e sempre nos aproveitarmos deles para bons resultados. Entretanto, também temos de dar atenção aos nossos pontos fracos, para nos forçarmos a corrigi-los. Preciso aprender a me organizar com minha papelada, com minhas tarefas, com meu tempo… Sei que perco muito enquanto não faço isso. Daí a necessidade de ter que me corrigir.

Minha intenção nesse post era atentar para a necessidade de nos conhecermos, para aproveitar nossos potenciais e não sermos prejudicados pelas nossas deficiências.

Conseguir o equilíbrio, tanto em você mesmo quanto na sua equipe, é essencial

Para terminar, deixo a pergunta: você é mais esquerdo ou mais direito?

Até o próximo \o


Sobre chatos e start-ups
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Mandar e-mails, mensagens no facebook, ligar, mandar mais mensagens no facebook… tenho feito isso frequentemente para marcar conversas e reuniões nos últimos meses. As agendas das pessoas com quem quero conversar costumam estar sempre lotadas, greves acontecem e tudo tem de ser remarcado, enfim, uma infinidade de situações complicam os encontros. Aprendi a ser insistente o suficiente para passar meses tentando agendar uma conversa com alguém.

Insistente… essa é uma forma de enxergar, mas as pessoas que recebem os tais e-mails, mensagens, ligações e propostas de datas devem me ver mais como ''chato''. Acho que faz parte.

Foi após algumas semanas sendo ''insistentes'' que João (meu amigo-sócio) e eu conseguimos conversar com Gustavo Fuga. Ele criou a 4you2, uma escola de ensino de idiomas única, que oferece cursos a preços baixíssimos e traz professores de vários países. Queríamos saber um pouco da história dele com a 4you2, como a ideia começou, como foram os primeiros passos, como cresceu… Pensamos que esse seria um ótimo aprendizado para aplicar no nosso projeto social, o DSJ (Descobrindo o Sonho Jovem).  A conversa valeu muito a insistência. Fuga falou durante mais de uma hora, mas não vi passarem nem 10 min. Foi incrível!Queria compartilhar algumas coisas que gostei muito de ouvir. Aí vão elas…

1. Apaixone-se por uma ideia depois de ver que ela tem potencial. 

Faça vários testes (pilotos) com seu projeto, sem se apegar tanto a detalhes. Elabore planejamentos básicos que permitam que a ideia seja aplicada, aplique-a, consiga os clientes, ouça a todas as críticas. Refaça o planejamento levando em conta as críticas feitas, aplique de novo, mais clientes, mais críticas e repita esse ciclo algumas vezes. Depois de fazer esses pilotos, você deve responder a pergunta: seu negócio tem potencial para dar certo? Se a resposta for não, deixe-o de lado (por isso você não pode apegar-se logo no começo). Se a resposta for sim, siga em frente, mergulhe no projeto, agora você pode se apaixonar por ele. A partir desse momento, os detalhes se tornam mais relevantes, procurar apoio ganha importância… É a fase de acelerar o projeto. (Fuga recomendou o livro The Lean Startup, que traz esse novo modelo de negócios, que se opõe àquele em que primeiro você consegue vultosos investimentos, apoiadores e clientes para depois saber se a ideia é viável).

2. Quase ninguém mais liga para idade.

João e eu temos 16 anos. É comum termos receio de adultos não levarem nossas ideias e potencial a sério. Fuga deixou claro que isso não é verdade. Podemos contar com o apoio das pessoas de mais idade em nossos projetos, porque elas estão cada vez mais otimistas com jovens que procuram fazer as coisas acontecerem. Em geral, elas se encontram dispostas a compartilharem suas experiências para ajudar aqueles que dispõe da energia para aproveitá-las no desenvolvimento de novas ideias.

Devemos aproveitar a troca de experiências

3. O projeto deve ser a causa maior.

Sua ideia não deve ser um objetivo individual. Para que o projeto seja sustentável e deixe um legado para as próximas gerações, ele deve ser uma causa maior. Você torna-se mais uma ferramenta dessa causa. Isso é o que faz ela deixar resultados a longo prazo.

Entender a causa maior é necessário para deixar um legado

4. Siga sua intuição.

Escute pessoas com experiência, leve todos os conselhos em conta, mas, quando achar necessário, faça tudo diferente. Confie no que você acha certo para poder dizer que os resultados (bons ou ruins) vieram de escolhas conscientes (não apenas como repetição do que foi escutado).

Seguir a intuição pode ser essencial

O que escrevi foi apenas uma tentativa de compartilhar o que aprendemos com o Fuga. Me arrependi de não ter usado meu bloco de notas durante a conversa; poderia consultá-lo para rever tudo o que ouvimos. Enfim, espero 3 coisas: 1) que esses conselhos não tenham passado uma ideia errada do Gustavo; nenhum deles foi compartilhado com arrogância de quem sabe tudo; o tempo todo, Fuga reforçava que não queria tentar parecer algum tipo de professor e que devíamos fazer tudo ao contrário do que ele aconselhava caso achássemos necessário;  com seus 21 anos e muitas conquistas, ele mantém a humildade sempre; 2) João e eu saímos de lá realmente admirados com o que ouvimos e otimistas para seguir em frente com nosso projeto; espero que o post possa te incentivar de alguma forma com suas ideias também; 3) ser um insistente-chato pode ser valer a pena no final.

Até o próximo post!


5 hábitos para a felicidade e o sucesso (nessa ordem)
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Peço desculpas pelo título meio sensacionalista. Entretanto, ele não foi escrito para causar impressão. Ouvi falar desses tais 5 hábitos ontem e realmente fiquei convencido de que eles funcionam!

Já assistiu às palestras do TED? Não costumo assistir sempre, mas deveria! Todas as vezes que vi alguma, senti que adquiri informação enriquecedora.

Gostaria de repassar o que aprendi na última que assisti! O palestrante era Shawn Achor, que estuda a ''psicologia positiva''. A ideia que ele tentava passar era mais ou menos essa…

Nossa tendência é a de seguir a seguinte ordem: primeiro vem o sucesso; depois, a felicidade. Entretanto, essa sequência está errada! Pense nos objetivos do seu dia a dia. ''Vou entrar na faculdade, daí serei feliz'', ''Vou terminar a faculdade, daí serei feliz'', ''Vou conseguir um bom emprego, daí serei feliz''… e os exemplos seguem. Nessa linha de raciocínio, adiamos nossa felicidade, porque nossos objetivos sempre mudam. Estudos provam que a ordem deve ser invertida. Quando temos um ''nível de positividade'' (felicidade) mais alto, nossa capacidade mental aumenta; nos tornamos mais produtivos, inteligentes, criativos… enfim, nossas chances de alcançar o sucesso aumentam. A felicidade, portanto, vem antes do sucesso.

''A vantagem da felicidade'' de que Achor fala tem a ver com o potencial que adquirimos quando temos um ''nível de positividade'' mais alto.

Achor deixa, como dica, 5 hábitos diários bem simples que aumentam nosso nível de positividade:

1. Pensar em 3 coisas pelas quais você é grato: com isso, seu cérebro passa a analisar o mundo por uma perspectiva otimista;

2. Fazer um diário com uma experiência positiva que você teve nas últimas 24h: essa prática permite que você reviva as experiências positivas;

3. Fazer exercícios físicos: eles te ajudam a lembrar a importância do seu comportamento; acredito, também, que essa prática ''descarrega'' as tensões do cérebro e do corpo;

4. Meditar: esse hábito permite que você consiga focar em uma atividade por vez, sem se atrapalhar no ''multi-tasking'' cultuado ultimamente.

5. Pequenos atos de gentileza: eles fazem as suas atitudes e as pessoas ao seu redor adquirirem maior positividade.Pode ser mandar um elogio por inbox para algum amigo no facebook.

Todas são práticas que permitem aumentar nosso sucesso tornando a felicidade algo mais simples e diário (sem nos esquecermos dos constantes altos e baixos, dos quais falei no último post).

Para ver a palestra na íntegra, é só clicar aqui. Achor consegue manter o público atento o tempo todo, por meio do humor inteligente e da  consistência de sua ideia. Queria apenas repassar essa mensagem, que achei incrível!

Shawn Achor é também CEO da GoodThink, que tem, como objetivo, tornar as pessoas mais felizes por meio da união entre pesquisa acadêmica e mundo real.


Perde e ganha
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gustavotorres

Como uma daquelas cenas que se passam como um flash e se fixam na memória como um borrão, dois motoqueiros passaram na Av. Giovanni Gronchi; um seguia o outro e mandava-o parar a moto; tirava algo do bolso, algo que inspirava perigo, uma arma…

Os olhares dos que estavam no ponto de ônibus acompanharam as motos, que seguiram pela avenida em alta velocidade e desaparecerem de vista. Passaram-se 15 segundos. Ouviram-se dois tiros. Depois, só palpites, entreolhares, silêncio…. Por algum tempo, meu amigo e eu não soubemos direito o que dizer. Nossas conversas foram envolvidas por alguma retração que não consigo explicar.

Um borrão.

Esse foi mais um de uma série de incômodos que sinto nas últimas semanas. Todos parecem unir duas coisas: um vazio e uma falta de entendimento sobre o que pode preencher esse vazio. Nada de propriamente ruim aconteceu comigo, mas não me sinto satisfeito com o que tenho feito. Diante de uma realidade com tantos problemas, minha rotina parece não fazer sentido algum. A monotonia da escola, as provas, os livros, os cursos, as conversas, os esportes, as brincadeiras… apesar de tudo isso oferecer conhecimento, desafios e experiências enriquecedoras, na rua, motoqueiros continuam dando tiros, crianças com menos de 10 anos continuam usando crack do lado do cemitério São Luís…

Se estudar e fazer as coisas certas não são soluções, o que pode ser? Como preencher esses vazios?

Borrões. Eles têm me desorientado, me deixado em dúvida.  

Esse post terminaria por aqui, com um tom meio nebuloso, pela falta de solução para o problema. Mas não estou disposto a terminar um texto assim. Sou um otimista! Então…

Mesmo numa fase de conflitos internos, tenho consciência de que sempre teremos altos e baixos; em alguns momentos da vida, tudo faz sentido, tudo se encaixa; em outros, há muitas dúvidas. Mas, sobre isso, já dizia Marcelo D2:

''A vida é um eterno perde e ganha;

num dia a gente perde, no outro a gente apanha, apanha;

E nem por isso a gente vai fugir da luta''

Já que é assim, lutemos!


Capão-way-of-life
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Andei pensando que escrever sobre música seria interessante, mas tive receio. Depois de meu professor de português recomendar que eu fizesse isso, decidi arriscar. De fato, temos muito para falar sobre o assunto! Além de manifestação cultural, música também é manifestação política.

Para começar a discutir o tema, achei que seria interessante abordar o rap. Esse estilo se tornou identidade de muitos dos que vêm de periferia, e também conseguiu adesão daqueles de classes mais altas que procuram por um gênero diferente. Como sou do Capão Redondo e faço fervorosa propaganda do ''Capão-way-of-life'', me identifico com vários dos grupos e suas letras.

Algumas semanas atrás, conheci as músicas do PrimeiraMente. Elas retratam a realidade de milhares, de milhões de pessoas que acordam dispostas a superar desafios diários para mudar suas realidades. Um refrão pode envolver a vida de muitas pessoas, como ''Desde sempre sonhador, não me canso de sonhar, seja no amor ou na dor pra viver basta acordar, vida bate na porta e eu convido ela pra entrar, firme e com pé no chão, nem furacão vai me levar'' . Acordo às 5h da manhã, enfrento trânsito intenso em ônibus lotados onde tento ler, tenho constantes derrotas, passo por lugares perigosos enquanto volto para casa às 21h e, quando chego, vou estudar e trabalhar em ideias que julgo serem importantes; no meio disso, também encontro muitas felicidades e gente que me apoia. O tempo todo, sei que não sou o único a viver nessa correria. Há muitas outras pessoas que ''convidam a vida pra entrar'' e enfrentam os desafios que ela traz com o objetivo de realizar um sonho. O sonho se estende desde garantir a dignidade das suas famílias até ter uma ''mansão à beira mar, na praia do Guarujá'' (como propõe um funk ostentação).

Uma das músicas do PrimeiraMente, aqui citada, é Desde Sempre.

Mais de uma vez, escutar raps que falam sobre esses desafios diários me motivaram a superar derrotas.

Há uns dois meses, após ir mal numa entrevista para a qual me preparei por mais de um ano, fiquei bem nervoso. A situação era tão tensa que me peguei xingando sozinho na rua. Quando entrei no ônibus (agora xingando mentalmente), comecei a escutar Racionais Mc's no celular e um simples verso mudou minha disposição e alimentou uma vontade enorme de corrigir os erros para acertar nas próximas oportunidades. O verso? ''Tudo, tudo, tudo vai, tudo é fase, irmão''.

São milhares, milhões…

O maior objetivo desse post era fazer uma homenagem aos que representam todo um grupo social através da arte, de um processo de criatividade que inspira e cria uma consciência coletiva muito importante para quem não se via representado em música alguma. Além de retratar uma cultura, eles dão voz a opiniões e posicionamentos desse grupo. Isso é manifestação política. Receio que a homenagem aqui feita talvez não tenha a qualidade que merece, mas preferi registrá-la a deixar de fazê-la. Enfim, em breve, escreverei outros textos que apresentarão mais maturidade e farão justiça a arte do rap.

Até o próximo post!


Virada Empreendedora
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Nos dias 26 e 27 de abril, participei da Virada Empreendedora com meu amigo e sócio João Araújo. Posso dizer, com certeza, que tive um dos finais de semanas mais loucos e inspiradores da minha vida. O evento oferecia palestras e atividades para empreendedores, além de reunir gente proativa e disposta a fazer coisas grandes. O que moleques de 16 anos estavam fazendo ali? De onde veio disposição para passar incansáveis 22h ouvindo sobre empreendedorismo? Vejamos o que aconteceu lá!

(Acho interessante abrir um parêntese para explicar o que é empreendedorismo. Trata-se de um conceito difícil de definir, mas o empreendedor pode ser entendido como aquele que desenvolve ideias e projetos e os faz crescer. Não precisa ser o dono de um negócio! O coordenador de um setor de empresa, por exemplo, passa a empreender quando dá espaço a estratégias e propostas inovadoras para gerar melhoria.)

O evento aconteceu na Fundação Getúlio Vargas (FGV) durante o dia. Na madrugada, nossos abrigos foram a FIESP e a Escola São Paulo.

As 22h que passamos na Virada se distribuíram assim:

14h – 22h: Assistimos a palestras sobre vários temas, entre eles: branding (a arte de criar uma marca para o seu produto/negócio), administração de tempo e de recursos, plano de negócios e projetos inovadores de sucesso. Conhecemos uma série de ferramentas e termos que nos ajudarão muito a desenvolver o nosso projeto, o DSJ. Além de tudo, conhecemos pessoas incríveis; pessoas que nos inspiraram e que podem contribuir para nossas ideias.

22h30 – 0h30:  a GV fechou. Fomos à FIESP para descobrir o que era o Hackathon, que aconteceria durante a madrugada. Encontramos, distribuídos em dezenas de mesas, grupos que discutiam o desenvolvimento de projetos para solução de problemas sociais. Desorientados, fomos buscar ajuda de um dos responsáveis e ele nos explicou que os grupos haviam se inscrito previamente para participarem da competição de criação de softwares lá, então não poderíamos participar. Mas ele gostou da nossa disposição para aprender, quis saber sobre o DSJ e nos apresentou para pessoas sensacionais.  Começamos, ali, parcerias que vão gerar resultados muito bons.

1h – 7h: andávamos pela Av. Paulista e procurávamos pela Escola São Paulo. Lá, participamos do final da sessão de filmes sobre empreendedorismo e da preparação para o Pitch Fight que ocorreria no dia seguinte.. Pitch é abreviação de speech. Essa ''competição de discursos'' envolvia a apresentação de ideias e projetos que competiam entre si para definir qual era o ''melhor''. A preparação deve ter acabado depois das 3h. João e eu tínhamos até às 7h para estruturar o DSJ segundo o modelo de negócios ideal para a competição e treinar nossas apresentações. A intensidade da experiência pode ser entendida por algumas palavras que o João escreveu sobre o que sentia nesse momento: '' Poucas vezes na vida eu me sentira tão bem, tão realizado como naquele momento, naquela madrugada de aceitação de desafios''.

virada

5h: após ter ideias e insights às 4h, uma soneca de 30 min.

7h – 12h: houve algumas palestras antes do Pitch Fight. Enfim, chegada a hora, nos deparamos com 31 competidores muito competentes, alguns eram professores de faculdade, todos com projetos bem estruturados. 1ª fase: tínhamos 20 segundos para apresentar nosso projeto. Dali, ficaram 8 candidatos para as quartas de final. Nos classificamos! Das quartas, passamos para a semi-final! Enfim, os 3 outros competidores tinham o dobro da nossa idade. Acabamos falhando e não passamos para a final. Mas não nos abalamos! A experiência foi incrível e aprendemos muito! Recebemos críticas e aprendemos várias lições, o que nos permite melhorar o DSJ! Recebemos muitos parabéns e fizemos mais contatos. Acho que, depois desse final de semana, comecei a entender melhor o significado de networking (''rede de contatos'').

Pitch Fight

12h: olhei para o João e disse ''A gente é louco!''. A satisfação que sentíamos depois daquela experiência era enorme. Nos despedimos e fomos para nossas casas após um final de semana incrível.

Para descrever a experiência de forma completa, seria necessário muito mais que um post de blog. Ela foi rica demais! Mas, enfim, durante a Virada, uma impressão me marcou especialmente e gostaria de registrá-la. Eram 1500 participantes do evento. Muitos deles lutavam para fazer coisas grandes; eram empreendedores no projeto de construir um mundo melhor. Fiquei otimista. Tenho certeza de que algo está acontecendo no Brasil. Desde São Paulo, passando por Alagoas, indo ao Rio Grande do Norte,  em todos os lugares, podemos encontrar esses empreendedores. Definitivamente, caminhamos para a mudança!

Respondendo as perguntas iniciais: 1. nós, os ''moleques de 16 anos'', estávamos lá porque fazemos parte desse processo de mudança; 2. a disposição para ficar no evento por 22h veio da inspiração criada por pessoas que sonham grande.

Por fim, fica a provocação: e você, vai querer participar dessas mudanças ou vai ficar parado?

Até o próximo post!


Como mudar o mundo – parte 3
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E agora, como prometido na parte 2, vou falar sobre como o Descobrindo o Sonho Jovem (DSJ) funcionou na prática e quais são os próximos passos.

Tivemos a ideia inicial em agosto de 2013. Nosso objetivo era que os jovens ficassem inspirados e desenvolvessem autoconhecimento para descobrirem um sonho. Mas como fizemos isso?

Primeiramente decidimos fazer encontros semanais com jovens das nossas antigas escolas. Depois, João e eu fomos procurar diversas fontes para criarmos nossas atividades, passamos algumas horas discutindo e, ao final, conseguimos o seguinte:

1. Para inspiração:

– Contamos histórias de gente inspiradora; muitas delas foram de gente das nossas comunidades, como a do Ferréz (morador do Capão Redondo e escritor  que retrata conflitos internos e externos de pessoas comuns) e do Gustavo Fuga (criador da 4you2, uma escola de inglês com preços acessíveis aos moradores da periferia e que traz professores de todo o mundo).

– Criamos o CBL (Compartilhando Bagulhos Legais), com a intenção de que todos os alunos levassem qualquer coisa legal que vissem. Desde shows e exposições de arte até aulas online, oportunidades de bolsas de estudo e histórias de pessoas que admiravam.

Precisávamos inspirar para criar aquela vontade de sonhar.

2. Autoconhecimento

– Buscamos diferentes fontes para dar base às nossas atividades para desenvolver autoconhecimento. Ao final, nos fundamentamos sobre o material: do Instituto Asas, do Jovem Profissional e da OPEE (Orientação Profissional, Empregabilidade e Empreendedorismo). Apesar de alguns nome sugerirem que trabalhássemos com orientação profissional, o foco não era esse. É que todo esse material tratava muito bem de autoconhecimento.

– Elaboramos atividades sobre passado, presente e futuro. Foram 8 ao todo. Nos dias dos workshops, os alunos preenchiam  essas atividades e apresentavam suas respostas, discutiam e faziam propostas. As perguntas envolviam reflexão, como ''o que gostava de fazer quando era pequeno?'', ''quais são meus pontos fortes?'' e ''o que tenho para oferecer à sociedade?''. As discussões eram muito importantes pela troca de ideias, experiências e melhor descoberta de si mesmo.

– Discutimos sobre os 6 tipos de personalidade propostas por John Holland, que são: Realista, Investigativo, Artístico, Social, Empreendedor e Convencional, todos com suas características específicas. A ideia não era separá-los em caixinhas, até porque uma pessoa pode se identificar com mais de um tipo ou até com todos. Nossa intenção era ajudar os jovens a enxergarem melhor certos comportamentos e características que pudessem orientá-los sobre como seu potencial pode ser melhor aplicado.

O autoconhecimento é essencial para saber quem somos e onde queremos chegar.

Basicamente, era isso!

A gente trabalhou nas duas escolas públicas de onde viemos antes de entrar no Ismart, às quartas-feiras na E.E. Domingos Mignoni (em Taboão da Serra) e aos sábados na E.E. Miguel Munhoz Filho (no Capão). Começamos em Setembro e fomos até o comecinho de Dezembro. No total, foram 11 workshops em cada escola. O projeto envolveu muita dedicação, muitas horas de discussão, momentos incríveis, risadas, fases não muito boas, mas todos os momentos foram de experiências inesquecíveis e de muito aprendizado! Tivemos a sorte de poder contar com jovens de bom coração, que nos receberam bem e souberam lidar com diversas situações; e claro, também contamos com o apoio de muita gente (professores e coordenadores das escolas e do Ismart; considerações especiais a Carlos Lordelo, da comunicação do Ismart, que dedicou seu tempo para participar de alguns de nossos workshops e que deu sugestões a partir das quais pudemos melhorar muito o projeto).

Mas 2013 foi apenas o ano da primeira edição do DSJ. Agora, em maio de 2014, continuamos vivendo experiências intensas! Desde o começo do ano, fizemos reuniões, conversamos com muita gente e passamos horas replanejando nosso conteúdo e nossas atividades. O projeto está longe do que seria perfeito, longe de concretizar o potencial que tem. Há muito o que melhorar, e estamos trabalhando para tornar real o nosso sonho, que é o de ver mais jovens sonhando grande e mudando suas realidades. Tudo isso virá em breve! Estamos em nosso caminho para mudar o mundo.

Então, o que fica para ao final dessas 3 partes?

– Tudo começou com uma reunião em um sábado comum (parte 1). Vale a pena arriscar!

–  Acredite em seu sonho, e sonhe grande, porque você tem potencial para fazer ele virar realidade!

– Conte com pessoas incríveis e que estão dispostas a te ajudar. Nada dessa história foi feito individualmente.

– Você pode mudar o mundo!

Espero que tenham gostado!

Até o próximo post!